A nutricionista seixalense Mariana Machado ajuda os leitores da New in Seixal a perceber esta temática. Leia o artigo de opinião.
A leitura dos rótulos dos alimentos é uma importante fonte de informação sobre o que estamos a consumir no nosso dia-a-dia. É junto dos mesmos que encontramos os ingredientes, data de validade e informação nutricional de um determinado alimento.
Desta forma, ler rótulos ajuda a ter consciência e a manter uma alimentação saudável, segura e a conhecer os alimentos numa outra perspectiva, permitindo fazer boas escolhas desde o momento da compra no supermercado, até a hora do consumo, durante as refeições. É fundamental saber ler e interpretar os rótulos dos alimentos, algo que sabemos não ser uma tarefa fácil. Por isso, seguem-se algumas indicações para o ajudar.
Antes ainda do rótulo, o primeiro passo é verificar se o produto se encontra no período da validade. Todos os produtos alimentares embalados (e não só) devem obrigatoriamente indicar a data-limite ideal de consumo, ou seja, garantir que desde que consumido até essa data o produto mantém as características e propriedades referidas na embalagem. Deverá também prestar atenção à embalagem em si, se mantém ou não a integridade e estanquicidade, impedindo a entrada de ar, e se está devidamente conservada. Por exemplo, os frescos que necessitam de frio, como os laticínios, carnes embaladas ou congelados.
A atenção na leitura dos rótulos deve incidir na lista de ingredientes, alergénios e na informação nutricional. Os ingredientes são sempre apresentados por ordem decrescente de quantidade, ou seja, o primeiro da lista é sempre aquele cuja percentagem no produto é maior, e assim sucessivamente. Importa referir que quanto maior for a lista de ingredientes, mais processado é o produto. Por isso mesmo, deve optar por um produto cuja sua lista de ingredientes é menor.
Por lei a declaração nutricional inclui obrigatoriamente os seguintes elementos:
— Valor energético (kJ e kcal) – Calorias fornecidas pelo alimento;
— Lípidos e ácidos gordos saturados (g) – Gorduras presente no alimento;
— Hidratos de carbono e açúcares (g) – Fonte de energia fornecida pelo alimento, que podem ser HC simples (absorção rápida) ou podem ser HC complexos (absorção lenta);
— Proteínas (g) – Só é permitido alegar que um alimento é uma fonte de proteína quando pelo menos 12% do valor energético for fornecido por proteína. Já a indicação de ‘’elevado teor de proteína’’ que costumamos ver em certos alimentos, só pode ser aplicada se o valor energético fornecido por proteína for de 20%, no mínimo;
— Sal (g) – No seu dia a dia deverá ter um consumo de sal inferior a 5g. Pelo qual deverá procurar alimentos sempre com a menor quantidade de sal possível.
A melhor forma de perceber os rótulos
Os valores referem-se, por norma, às quantidades presentes por cada 100g do produto (ou 100 ml no caso de líquidos ou bebidas). Deve evitar o benzoato de sódio, glutamato monossódico, aspartem, corantes artificiais ou emulsionantes nos aditivos alimentares.
Uma das maneiras mais simples e rápida de o ajudar a escolher quais são os alimentos mais saudáveis é o descodificador de rótulos de alimentos disponibilizado pela Direcção-Geral da Saúde no âmbito do Programa Nacional para a Alimentação Saudável.
Independentemente de o produto ser mais ou menos processado, de conter mais ou menos açúcares ou gorduras ou sal, esta ou aquela propriedade nutricional, os melhores alimentos são sempre aqueles que não têm rótulo. Entre estes alimentos estão produtos como as frutas, os vegetais, as refeições confeccionadas por nós com ingredientes naturais, as bolachinhas caseiras, ou mesmo o bolo de iogurte feito com a ajuda de alguém. Além de serem mais saudáveis são muito mais saborosos.
Créditos do Artigo: New In Seixal