Almôndegas de atum e caldeirada de cavala em tomate são algumas das receitas que constam no manual da Direcção-Geral da Saúde sobre alimentação saudável em tempos de confinamento social.
Numa altura em que, devido à pandemia da Covid-19, os portugueses têm de fazer compras mais espaçadas, e ao mesmo tempo procuram soluções mais económicas, as conservas voltam a ter uma grande importância na alimentação. E os dados assim o confirmam: em Março, houve um aumento de vendas de produtos de longa conservação, com as conservas a crescerem 79% e os produtos básicos 68%, segundo a barómetro da consultora Nielsen sobre o impacto da pandemia Covid-19 no consumo.
Almôndegas de atum, caldeirada de cavala em tomate ou brigadeiro de sardinha e broa são algumas das sugestões disponíveis no manual lançado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), em colaboração com o Chef Fábio Bernardino, onde constam “dezenas de receitas saudáveis, saborosas, rápidas e fáceis de preparar e ao mesmo sofisticadas”, com o objectivo de dar a conhecer a diversidade de pratos que é possível fazer com conservas de pescado e leguminosas.
Segundo a DGS, num país que produz mais de 52 mil toneladas de conservas de pescado por ano, subsistem ainda dúvidas sobre o seu valor nutricional e, ainda, como cozinhar de forma inovadora este alimento barato e facilmente acessível ao longo do ano. “O mercado nacional oferece actualmente uma enorme variedade de conservas de pescado e de leguminosas (feijão, grão, ervilhas, lentilhas…) que são alimentos de grande valor nutricional”. Por isso, sugere que os enlatados, pelo seu teor proteico, facilidade de utilização e sabor intenso são um alimento de “grande interesse” para o público mais jovem, geralmente pouco motivado para o consumo de peixe, bem como para a população idosa, onde a “proteína é essencial para a manutenção da qualidade muscular e qualidade de vida no geral”.
A notícia sublinha ainda que, devido ao elevado tempo de reclusão em casa, “com menos exercício físico e exposição solar”, os portugueses precisam “de proteínas de elevada qualidade e dos minerais e vitaminas (como a vitamina D) presentes nas conservas”. E o mesmo acontece com as leguminosas, que têm um valor apreciável de proteínas e, por isso, devem ser uma “alternativa à carne e ao pescado”, quando combinadas com alimentos do grupo dos cereais e derivados.
Ainda no manual, elaborado pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável e pela Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, pode ler-se que o modo de processamento “melhorou substancialmente” nos últimos anos e que, atualmente, já é possível encontrar “conservas com teores de sal mais baixos, gordura de qualidade e matéria prima escolhida criteriosamente”. O que faz dos enlatados uma opção saudável em tempos de “confinamento social”, lê-se no documento.
Para que os consumidores façam as melhores escolhas, o manual apresenta uma série de factores a ter em conta na hora de comprar conservas, entre os quais a data de validade, a aparência da lata e o teor de sal, assim como os cuidados a ter depois de abrir as latas.
Créditos da Notícia: Observador