A sétima edição da Feira da Dieta Mediterrânica terá lugar entre os dias 5 e 8 de Setembro no Centro Histórico de Tavira. Pela primeira vez será um evento amigo do ambiente.
«Não somos um festival de música e queremos demonstrar a importância que a Dieta Mediterrânica tem para o desenvolvimento do Algarve, para a sua atractividade. Queremos fazer do certame um marco de divulgação da nossa cultura, da nossa gastronomia, dos valores que defendemos», começou por afirmar Jorge Botelho, presidente da Câmara Municipal de Tavira, na apresentação pública da sétima edição da Feira da Dieta Mediterrânica, na manhã de quinta-feira, 22 de agosto.
A grande novidade é um aumento da área da Feira, que segundo o presidente da autarquia, já era uma necessidade.
«Ganhámos mais um espaço, onde estava a antiga Docapesca [perto do Mercado], que terá algumas iniciativas. Como ficou disponível há pouco tempo. não foi possível enquadrá-lo no programa que entretanto teve de ser fechado». Será, contudo, «um complemento, à semelhança do que aconteceu no ano passado em que conquistámos o espaço do centro histórico. Em Tavira, o espaço público é pequeno e há limitações. A Feira vai-se expandindo, mas há que respeitar o elemento», disse.
Uma Feira com preocupações ambientais
A Feira da Dieta Mediterrânica traz pela primeira vez copos reutilizáveis, uma medida já adoptada por outros certames idênticos, com o objectivo de reduzir a pegada ecológica e o (ab)uso de plásticos.
Segundo Artur Gregório, presidente da Associação In Loco, uma das entidades organizadoras do evento, «a aposta deste ano é a de caminhar de uma maneira pedagógica».
Assim, «pela primeira vez serão abolidos os copos de utilização única. Vamos reduzir bastante a produção de plástico e progressivamente também os pratos e os talheres de utilização única irão desaparecer. Queremos fazer isto de maneira pedagógica, para que no próximo ano seja possível não existir qualquer produto de plástico de utilização única», disse.
A juntar a estas medidas, também a Universidade do Algarve (UAlg), outros dos membros da organização da Feira, irá apresentar, no seu espaço, diversas medidas ambientais, focadas na protecção das espécies marinhas.
«Este ano apostamos nas temáticas da sustentabilidade, na monitorização dos microplásticos e na questão das espécies invasoras. Aspectos que cada vez mais são agressores ao nosso ambiente e à nossa sustentabilidade», afirmou Ana de Freitas, vice-reitora do desenvolvimento institucional da UAlg.
Durante o evento, «os nossos centros de investigação vão estar presentes, demonstrando o trabalho que têm vindo a fazer. A preservação é uma questão muito grande para a Universidade do Algarve. Para sermos sustentáveis temos de preservar. Temos de inovar, mas com cuidado. Se a inovação não for cuidada pomos em causa a sustentabilidade, que está subjacente à preservação da Dieta Mediterrânica», considerou Ana de Freitas.
Uma «alavanca» para o próximo quadro comunitário
A Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR), uma das entidades que organiza a Feira da Dieta Mediterrânica, também marcou presença na apresentação pública do certame, na pessoa de Aquiles Marreiros.
No uso da palavra, o director de serviços revelou que a Dieta Mediterrânica será integrada, de forma transversal, no próximo quadro comunitário [2021-2027].
«Estamos a preparar a próxima programação e estamos a encarar a Dieta Mediterrânica, e todo o seu conceito, como um desafio sociaetal para alavancar a nossa estratégia regional e de especialização inteligente. Ou seja, o sector agroalimentar, o turismo, o mar, a saúde, as Tecnologias de Informação e Comunicação [TIC] e as energias vão ser enquadradas sobre uma plataforma de Dieta Mediterrânica. Estamos a falar de algo característico e específico da região e vamos elevá-la com uma estratégia reforçada. Este é o nosso compromisso», assegurou Aquiles.
Sobre esta questão, Rui Parreira, director de serviços e bens culturais da Direção Regional de Cultura do Algarve, quis deixar uma mensagem.
«Quero sublinhar que, a Imaterialidade que representa a Dieta Mediterrânica, não nos pode fazer esquecer que tem um suporte físico. Neste caso, o suporte do estilo de vida que assinalamos é a paisagem cultural do Algarve».
«No ponto de vista da Cultura é um suporte que importa salvaguardar e não deixar descaracterizar. Porque não é num mundo globalizado, com produtos importados que nos permitem ir ao supermercado e ter a Dieta Mediterrânica todo o ano, que queremos o Algarve mais sustentável. Saúdo que no próximo programa seja um elemento congregador daquilo que queremos para esta região», disse.