A 14 de Dezembro próximo serão anunciadas as estrelas Michelin 2022 para Portugal e Espanha. A uma semana do evento, recordemos algumas histórias do Guia Michelin, nascido no início do século XX, "bíblia" entre as publicações que classificam restaurantes. São mais de cem anos de história, secretismo, desaires e fortunas.
1 - Mais viagens, mais desgaste nos pneus e a ideia para um guia
Em 1889, André e Édouard Michelin, dois empreendedores franceses, fundaram uma empresa de pneus, a Michelin. Onze anos volvidos, face à crescente indústria do turismo, ocorreu-lhes elaborar um guia que classificasse hotéis e restaurantes. Uma forma de dinamizar as viagens automóveis e a venda de pneus.
2 - Mais do que um guia de restaurantes, um manual de sobrevivência na estrada
Em Agosto de 1900, com o novo século, nascia o Guia Michelin. Na época circulavam em França apenas três mil carros. A rede viária era incipiente, os postos de combustível escassos. Os irmãos Michelin para facilitarem o acesso aos pontos listados no guia, chegaram a fixar nas estradas sinais produzidos manualmente. O guia era, assim, um repositório de postos de gasolina, oficinas, hotéis e restaurantes.
3 - O Guia viaja para fora de França
Fora de portas, a primeira edição do Guia Michelin coube à Bélgica corria o ano de 1904. Ao Reino Unido chegaria em 1911.
4 - Em 1910, Portugal já tinha restaurantes no Guia Michelin
Portugal tem restaurantes no guia Michelin desde 1910, ano da primeira edição da publicação no nosso país. No ano de implantação da República chegavam às páginas do Michelin os restaurantes Santa Luzia (Viana do Castelo) e Mesquita (Vila Nova de Famalicão). Em 1929, o nosso país contava com dois restaurantes com uma estrela, o Santa Luzia (Viana do Castelo) e o Hotel Mesquita (Vila Nova de Famalicão). Por sua vez, em 1936 Portugal tem o seu primeiro restaurante com duas estrelas, o Escondidinho, na Invicta. Em 1974, Portugal via quatro restaurantes galardoados com uma estrela: Portucale (Porto), Pipas (Cascais), Aviz e Michel (ambos em Lisboa).
5 - De subvalorizado a estimado. Um guia que no início era gratuito
Nos primórdios o guia era de distribuição gratuita. Conta-se a história de que ao visitar uma oficina, André Michelin deparou-se com exemplares do guia a susterem uma bancada. O fundador da Michelin decidiu, então, cobrar pela publicação. Em 1922, o guia passou a custar sete francos, sustentados no argumento de que só seria respeitado no dia em que fosse pago.