Está identificado nos rótulos como E171 e é um corante composto por dióxido de titânio. Um parecer alerta para a saúde de quem o consome.
O corante alimentar E171, identificado como dióxido de titânio, é usado em vários molhos, sopas, gelados, gomas ou chocolates e pode ser perigoso para a saúde. A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) já tinha feito uma análise deste aditivo, mas voltou a rever o parecer no início de Maio ao identificá-lo como um risco para a saúde. Cabe agora à Comissão Europeia avaliar este relatório e propor a proibição nos estados membros.
“Tendo em conta os vários estudos e dados científicos de que dispomos, o painel concluiu que o dióxido de titânio já não pode ser considerado seguro como um aditivo alimentar. Um elemento crítico para chegar a esta conclusão é que não se pode excluir as preocupações de genotoxicidade após o consumo de partículas de dióxido de titânio. Após a ingestão oral, a absorção de partículas de dióxido de titânio é muito baixa, embora possam sempre acumular-se no organismo”, explica no relatório Maged Younes, o presidente do painel de peritos em aditivos e aromas da EFSA.
Nos rótulos dos alimentos está identificado como E171. Por norma, é em doces, gomas, artigos de pastelaria, chocolates, mas também molhos e até sopas. A EFSA explica que é usado este aditivo para tornar os produtos mais atractivos visualmente, ao dar-lhes uma cor que não é natural.
Pode também ser encontrado em algumas tintas, medicamentos e cosméticos. No entanto, neste caso a diferença é que é ingerido, o que pode causar problemas para a saúde a um longo prazo, com o acumular de dióxido de titânio no organismo.
“O dióxido de titânio E171 contém, no máximo, 50 por cento de partículas na gama das nanopartículas, ou seja, menos de 100 nanómetros, às quais os consumidores podem ser expostos”; continua o parecer.
Uma das consequências mencionadas são efeitos cancerígenos. “Embora as provas dos efeitos tóxicos gerais não sejam totalmente conclusivas, com base nestes novos dados e nos métodos reforçados não podíamos excluir a preocupação com a genotoxicidade e não podíamos estabelecer um nível seguro para a ingestão diária deste aditivo alimentar.”
Desde 2008 que o E171 pode ser usado na União Europeia. Já em 2016 tinha sido feito uma avaliação pela EFSA, mas foi referido que eram necessários mais estudos para se chegarem a novas conclusões.
No novo relatório não foram encontrados efeitos preocupantes numa dose até mil gramas por quilo de peso. “No que diz respeito à genotoxicidade, o painel concluiu que as partículas de TiO2 [dióxido de titânio] têm o potencial de induzir quebras de cadeias de ADN e danos cromossómicos, mas não mutações genéticas.”
Segundo o jornal “Público”, a França é um dos países em que não é permitido o uso desde aditivo. Foi proibido em 2020, depois de, em 2019, ter saído uma nova indicação da EFSA.
A Autoridade explica também que não tem competências para proibir o uso deste aditivo, apenas avaliar os riscos a ele associados. Cabe à Comissão Europeia propor essa medida para que depois seja acarretada pelos vários países da União.
Créditos da Notícia: NiT