Apresentação deste Plano decorreu esta Quarta-feira, 24 de Novembro, no Centro de Experimentação Agrária de Tavira.
Porque «nós somos aquilo que comemos», nasceu o Plano Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável (PNAES), que a ministra da Agricultura foi ontem lançar oficialmente a Tavira, capital da Dieta Mediterrânica em Portugal.
«Se fizermos melhores escolhas sobre aquilo que produzimos, vamos ter mais saúde, poderemos fixar mais pessoas, teremos maior renovação geracional e, assim, reduziremos a nossa pegada ecológica». Por isso, «vamos ter uma agenda para podermos orientar aquilo que queremos fazer na Agricultura para os próximos 10 anos», disse Maria do Céu Antunes na apresentação do Plano, que decorreu esta Quarta-feira, 24 de Novembro, no Centro de Experimentação Agrária de Tavira
Este Plano nasce no âmbito da Agenda de Inovação “Terra Futura”, tendo por base a promoção da Dieta Mediterrânica, à qual corresponde uma alimentação saudável, equilibrada, diversificada, tendo em consideração a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ESANP).
«Sobre os eixos consumo, produção, dieta mediterrânica, educação e literacia alimentar, este plano nasce para poder ser um estímulo à produção nacional e local, à adopção de sistemas de produção e distribuição mais sustentáveis, para estimular as cadeias curtas de abastecimento e os sistemas locais, valorizando os produtos endógenos de qualidade», acrescentou a ministra.
Com a criação do PNAES, pretende-se «sensibilizar e aconselhar os consumidores e a população em geral para a adopção de uma alimentação nutricionalmente equilibrada e informada», bem como alertar para «a importância do consumo de produtos endógenos e de época, e de carne de pequenos ruminantes».
«Queremos fomentar o consumo de produtos nacionais, regionais e locais, em equilíbrio com os princípios da Dieta Mediterrânica», sendo um dos objectivos deste plano, a ser cumprido até 2030, o de «aumentar, pelo menos, em 20% a adesão à sua valorização e salvaguarda, enquanto sistema e padrão alimentar característico do território nacional».
Este plano prevê ainda a incorporação da justiça social, da educação alimentar e da luta contra o desperdício no desenho das políticas públicas para a alimentação sustentável, bem como estimular o planeamento de ações no terreno para o fornecimento de uma alimentação coletiva, pública e privada, com produtos agrícolas sazonais.
«Queremos também especificar as modalidades de associação entre as autoridades regionais e locais, de forma a garantir a ancoragem territorial do Plano, encorajando o desenvolvimento dos circuitos curtos e de proximidade geográfica», explica a governante.
A ministra anunciou também a abertura, já em Dezembro, de um Aviso intitulado “Rede Rural Nacional – Observatório da Agricultura e dos Territórios Rurais”, com cinco milhões de euros a serem utilizados em dois anos, que pretende «dotar os territórios com técnicos, nutricionistas e agrónomos, capazes de implementar um plano de acções de sensibilização e aconselhamento aos consumidores e à população dos territórios rural, tendo em vista a promoção deste PNAES».
A ambição é «podermos apoiar, a nível regional, 23 iniciativas», sendo para isso necessário que cada Comunidade Intermunicipal se articule com Grupos de Acção Local, que decidam um “chefe de fila” e criem um plano de acção, «juntando, por exemplo, outros movimentos associativos ou os agricultores, para depois poderem fazer ponte com as cantinas escolares ou com IPSS, para criar estes circuitos curtos e promover uma alimentação saudável e sustentável».
Maria do Céu Antunes acredita que, «apesar deste projecto ser piloto», vai «fazer toda a diferença».
Foi ainda anunciada a abertura de outro aviso, em Março do próximo ano, para apoiar a instalação de culturas permanentes tradicionais, como é o caso das alfarrobeiras no Algarve. «Esta é a oportunidade para fazer a diferença nestes territórios, a partir da capacidade de investimento».
A ministra da Agricultura referiu igualmente que «o Governo decidiu fazer uma «distribuição mais justa» dos apoios europeus, tendo aumentado «o apoio ao rendimento nos territórios vulneráveis aos incêndios rurais em 31% e, aqui no Algarve, em 32%».
Dessa forma, «os nossos agricultores vão ter condições para aumentar o seu rendimento e para poderem fazer uma agricultura capaz de valorizar o trabalho com as variedades regionais», de modo a «estimular a Dieta Mediterrânica» e «valorizar o Plano Nacional para uma Alimentação Equilibrada e Sustentável», concluiu.
Créditos da Notícia: Sul Informação