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Não se importa de pagar mais por comida e bebida diferentes do normal? Faz parte da tendência.

A elevada inflação, a incerteza que se vive em tempos de guerra e as disrupções observadas nas cadeias de abastecimento estão a colocar desafios tanto a consumidores como a empresas. Os primeiros querem economizar nas compras, mas, ao mesmo tempo, exigem que as marcas lhes entreguem mais valor com garantia de sustentabilidade. Já as segundas têm de lutar para permanecer relevantes.


Para entender melhor o que espera o sector de marcas alimentares e bebidas, a consultora internacional Innova Market Insights, a convite da PortugalFoods, entidade gestora do cluster do sector agroalimentar nacional, revela as tendências de inovação que vão impactar as marcas e produtos alimentares a curto prazo.

Redefinição do valor: Com a inflação em níveis muito elevados, os consumidores estão à procura de estratégias para economizarem – como escolher bens de menor custo e cozinhar “do zero”. Apesar disso, continuam focados em usufruir de novas experiências, em garantir o bem-estar pessoal, mas com preocupações globais, nomeadamente no que diz respeito ao impacto ambiental das suas escolhas.


Assim, os fabricantes e marcas alimentares não só estão sob maior pressão para entregarem valor aos consumidores, como também têm de responder a expectativas cada vez mais exigentes e amplas – isto, num cenário de orçamentos mais limitados e sérios constrangimentos na cadeia de abastecimento. Na verdade, de acordo com o estudo, a pressão financeira sentida pelos consumidores está a levar a comportamentos mais ecológicos e orientados para a sustentabilidade. Inquiridos, os consumidores dizem que não só têm reduzido o desperdício de alimentos, como passaram a reciclar ou reciclaram mais, como parte das suas estratégias para responderem ao aumento do custo de vida. Os produtos frescos são o principal bem alimentar pelo qual os consumidores globais estão dispostos a pagar, seguindo-se os produtos produzidos localmente e os que contêm ingredientes funcionais que que podem ter um papel positivo na saúde.

Nutrição acessível: Os consumidores procuram alto valor nutricional pelo preço certo e referem que, dado o aumento do custo de vida, procuram alimentos cada vez mais simples e nutritivos. Os consumidores dizem também que o desenvolvimento de produtos alimentares e bebidas deve ser orientado para a saúde (36%), para a acessibilidade (34%) e para a naturalidade (30%).

Impulso geracional: As gerações mais jovens, digitais, procuram um envolvimento positivo e novas experiências, enquanto partilham as suas opiniões de forma ampla e voluntária. São elas que estão a influenciar as tendências de consumo de alimentos e bebidas – levando, por exemplo, à criação de novos sabores.

Plant-based, desvendando uma nova narrativa: Ingredientes subutilizados e novos formatos vão aumentar o protagonismo dos produtos de base vegetal. As marcas estão a trabalhar na melhoria dos sabores e das texturas mas sobretudo a responder a uma exigência crescente dos consumidores, que pedem o desenvolvimento de produtos vegetais inovadores, que não se limitem a imitar carne ou laticínios.

Cultivar o futuro: Dado o impacto que a actividade agrícola intensiva tem no meio ambiente, os consumidores e a indústria estão cada vez mais focados no tema da sustentabilidade da produção – 62% dos consumidores europeus inquiridos refere que “prefere produtos que mencionam na embalagem os benefícios dos seus métodos de produção/sourcing”.

Qualidade com rapidez: Na Europa, dois em cada três consumidores afirmam que estão “à procura de formas simples e convenientes de garantir a sua ingestão diária de nutrientes”, pelo que a conveniência está a subir na cadeia de valor: apesar de o custo ser, ainda, o principal facctor de escolha nos kits de refeição, seguem-se logo a frescura e os benefícios para a saúde, como prioridades.

Saboreando o digital: As marcas alimentares estão a começar a aproveitar o potencial de relacionamento com o consumidor, através da aposta em experiências reais combinadas com experiências virtuais, incluindo uma aposta no metaverso.

Gastos “por vingança”: Os chamados pequenos prazeres ganham destaque à medida que, sob pressão financeira, os consumidores fecham o cordão à bolsa a gastos considerados supérfluos ou vistos como mais luxuosos. Na Europa, um em cada dois consumidores que referem ter perdido poder de compra, também afirmam que é provável que façam uma compra única por impulso “quando o produto alimentar ou bebida é inovador em aroma/gosto”.

Descodificar a saúde: A comunicação simples, suportada por certificação credível na embalagem é uma fonte obrigatória para os consumidores interessados nos benefícios para a saúde e no valor nutricional de um produto. Todavia, as marcas ainda têm muito a trabalhar para garantirem a transparência e a credibilidade dos seus slogans: mais de 80% dos consumidores, na Europa, referem que não confiam totalmente nas alegações relativas aos benefícios para a saúde que são feitas pelas marcas.

Positivamente imperfeitas: A transparência e a honestidade na informação que as marcas veiculam sobre a dificuldade que enfrentam no que diz respeito à sustentabilidade são apreciadas pelos consumidores, uma vez que sabem que não são 100% perfeitas. Mais de metade dos consumidores europeus referem que a sua confiança numa marca aumenta quando esta comunica os desafios e as dificuldades que encontram.


Créditos da Notícia: Marketeer


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