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Mais uma razão para apostar nas leguminosas | in "Visão"

Aumentar o consumo de feijões, lentilhas, ervilhas e outros alimentos da mesma família, e com isso a sua produção, só tem benefícios. Palavra de cientista.

leguminosas, ambiente, ecologia, poluição, sustentabilidade

Já se sabia que as leguminosas são mais do que apenas grãos. Contribuem para uma alimentação sustentável e para combater a fome no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO. A 10 de Fevereiro comemora-se o seu Dia Mundial, data designada há três anos pela Assembleia Geral para reafirmar a contribuição das leguminosas para a agricultura sustentável e o alcance da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. E surgiu no seguimento do trabalho do Ano Internacional das Leguminosas, comemorado em 2016. Sempre tendo por base a assunção de que este grupo alimentar é abundante em fibra, proteína, ferro e potássio, sendo por isso mais saudável do que os cerais e a carne.


Agora, um conjunto de investigadores da Universidade de Limerik, na Irlanda, veio dar força a estas certezas, indo ainda mais longe. Chegou à conclusão que, ao se trocar as culturas de cereais por outras de leguminosas, na Europa, isso iria estimular produções mais ricas em nutrientes para animais ou para consumo humano – no continente em questão, estas últimas representam apenas 1% da totalidade das áreas cultivadas. Tendo em conta a forma como estes alimentos crescem, a troca também reduziria o uso de fertilizantes sintéticos e, consequentemente, os níveis de poluição.

As culturas tradicionais na Europa, de aveia, trigo e cevada exigem esses fertilizantes para obterem o nitrogénio necessário ao seu crescimento. Por outro lado, as leguminosas produzem o seu próprio nitrogénio a partir do ar e ainda deixam algum no solo, pronto para ser usado por outras culturas, ajudando a prevenir as mudanças climáticas, a cidificação e disrupção mineral dos solos.


Estes resultados, fruto de uma investigação profunda e a longo prazo, podem vir a ajudar a concretizar o plano europeu Farm to Fork, que faz parte do European Green Deal, elaborado para diminuir os fertilizantes sintéticos em 20% antes de 2030. “Os fertilizantes sintéticos de nitrogénio dominam a pegada de carbono das culturas agrícolas. Se os reduzirmos, aumentando os cultivos de leguminosas, automaticamente diminuem os gases de efeito de estufa”, afirmou David Styles, engenheiro do ambiente e coordenador desta investigação. “Segundo o nosso estudo, introduzindo leguminosas nas rotações das culturas tradicionais, na Escócia, registou-se um decréscimo de 50% no uso de fertilizantes sintéticos”, conclui.


E as leguminosas estão a ganhar terreno, especialmente entre os mais preocupados com a alimentação. No Reino Unido, por exemplo, 40% das pessoas está a tentar controlar o consumo de carne e 14% já se diz flexitariano – podem comer de tudo, mas a incidência está nos vegetais.


Créditos da Notícia: Visão


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