As bebidas vegetais estão na moda e surgem actualmente como uma alternativa ao leite de vaca. Mas qual a melhor forma de usar? Esclarecemos esta e outras dúvidas.
É inegável o aumento da oferta de bebidas vegetais no mercado. Se há uns anos apenas se encontravam em lojas da especialidade, hoje estão à venda em todas as grandes superfícies como mais uma opção para pequenos-almoços e lanches saudáveis. Dados da agência de estudos de mercado Nielsen mostram que, em 2015 se venderam perto de 19 milhões de litros de bebida de soja, mais 19% do que no ano anterior. Ao mesmo tempo, segundo o INE, o consumo de leite de vaca tem vindo a diminuir – menos um milhão de litros de 2016 para 2017.
Se faz parte dos curiosos mais recentes, talvez ainda não tenha dado o passo para provar algumas das variedades existentes, que podem ser produzidas a partir de soja, aveia, arroz, amêndoa, avelã ou coco , entre outras. Se, inicialmente, eram sobretudo procuradas por consumidores vegetarianos ou vegan e pessoas com intolerâncias ou alergias relacionadas com o leite de vaca, hoje em dia, as bebidas vegetais são também encaradas como mais uma possibilidade a ter em conta no contexto de uma alimentação variada, saudável e sustentável.
Já é consensual que uma alimentação de base vegetal é melhor para a saúde e para o Planeta. «Uma dieta rica em legumes, frutos, cereais integrais, leguminosas, frutos secos e sementes é a melhor forma de diminuir o risco de doenças crónicas, além de diminuir muito o impacto ambiental da nossa alimentação. A evidência aponta não só para a importância do consumo regular de produtos de origem vegetal, como para o facto de uma alimentação exclusivamente baseada nestes produtos ser igualmente ou até mais protectora da saúde humana», assinalava o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, em 2015.
Assim, diminuir o consumo de proteína animal é cada vez mais uma preocupação que justifica a procura de alternativas igualmente saudáveis e nutritivas, como é o caso das bebidas vegetais.
As mulheres e os jovens parecem ser quem mais procura as opções vegetais, a crer num estudo da agência Mintel, em que o sexo feminino representa 26% dos consumidores e os jovens entre os 14 e os 24 anos, 33%. A bebida de aveia é a que mais tem crescido em vendas, com um aumento de 71% desde 2017, seguida das bebidas de coco (16%), e variações de amêndoas (10%).
O que são, afinal?
De forma geral, pode dizer-se que as bebidas vegetais são compostas por água e extractos de cereais, leguminosas ou sementes de oleaginosas. A aparência é semelhante ao leite de vaca, mas não contêm colesterol, proteína de leite, nem lactose, o açúcar do leite. As formulações variam muito consoante os ingredientes e de marca para marca, pelo que, para avaliar o valor nutricional de cada uma, será sempre necessário analisar a composição no rótulo.
São uma alternativa ao leite?
O leite de vaca continua a ser um alimento com maior densidade e qualidade nutricional do que a maior parte das bebidas vegetais, dado o elevado teor proteico (3,3g/100ml), e o mais alto valor biológico por conterem todos os aminoácidos essenciais (aqueles que apenas conseguimos obter pela alimentação). No entanto, no contexto de uma alimentação saudável e variada que privilegie os alimentos de base vegetal, as bebidas vegetais são uma opção que pode ser igualmente saudável e nutritiva.
Comparativamente, e de forma genérica, as bebidas vegetais têm um menor teor proteico do que o leite, sendo a bebida de soja a única que se aproxima ao leite de vaca neste campo. Muitas bebidas vegetais são fortificadas com cálcio e vitaminas, o que enriquece o seu valor nutricional.
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