A primeira gala exclusivamente portuguesa vai realizar-se no dia 27 de Fevereiro de 2024, no NAU Salgados Palace, em Albufeira.
A primeira “Gala Michelin Star Revelation – Portugal” vai realizar-se no dia 27 de Fevereiro do próximo ano, no NAU Salgados Palace, concelho de Albufeira, foi esta Sexta-feira, 2 de Junho, anunciado numa conferência de imprensa que decorreu na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em Faro.
«A decisão que tomámos de apresentar a selecção do Guia Michelin versão 2024 de Portugal e em Portugal é porque acreditamos no potencial do actual panorama gastronómico português e queremos contribuir para posicionar Portugal também internacionalmente», revelou Nuno Ferreira, representante do Guia Michelin em Portugal.
«Esta decisão contou com o apoio do Turismo de Portugal, que acreditou no Guia Michelin como um parceiro para apoiar a execução das suas metas, mais concretamente no que se refere à gastronomia e vinhos como um factor de diferenciação e valor», acrescentou.
A conferência contou também com a presença de representantes do Turismo de Portugal, da Região de Turismo do Algarve, do autarca de Albufeira e de vários chefs, entre outros.
Rui Silvestre, do restaurante Vistas Rui Silvestre (1 estrela Michelin), e Dieter Koshina, do restaurante Vila Joya (2 estrelas Michelin), serão os coordenadores gastronómicos do evento, que servirá um jantar para 500 pessoas, preparado por uma ampla selecção de chefs do Guia Michelin do Algarve.
«Para nós, é uma honra o Guia estar finalmente em Portugal depois de tantos anos à espera», confessou Rui Silvestre, dizendo que espera que este seja um «um motor de arranque» para que mais eventos gastronómicos aconteçam na região ao longo de todo o ano.
Para João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, é «uma honra receber este Guia Michelin para Portugal, no Algarve, em Fevereiro».
«Esta é uma escolha que, naturalmente, não será alheia ao trabalho que tem sido desenvolvido na região e na dinâmica que a restauração tem apresentado. E falo desde a tasca ao fine dining, aos restaurantes Michelin, onde, felizmente, temos assistido a um trabalho que resulta também da formação que tem acontecido nas escolas de hotelaria e nas próprias empresas», continuou.
João Fernandes realçou ainda o facto de o Algarve já desenvolver há muito os guias de gastronomia, repescando pratos tradicionais que se estavam a perder, enaltecendo a dieta mediterrânica e outros produtos regionais.
«Temos, de facto, desenvolvido um trabalho que hoje nos traz a este bom porto. Esta será também uma oportunidade para a promoção do destino e para o reforço da sua notoriedade», frisou ainda o presidente da RTA.
Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, salientou que a gastronomia e os vinhos foram, em 2017, instituídos como um dos 10 activos principais para a valorização do destino Portugal.
«Os turistas que cá vêm, as duas coisas que mais elogiam é a simpatia das pessoas e a gastronomia. Isto obriga-nos a um trabalho intenso de promoção da nossa gastronomia e valorização dos nossos recursos e formação. Nos últimos quatro anos, o volume de pesquisas sobre gastronomia portuguesa aumentou 26%, e já é hora de deixarmos de ser conhecidos só depois da visita e passarmos a ser a razão da escolha», disse.
Para o presidente do Turismo de Portugal, esta parceria com o Guia Michelin vai assim «ajudar a posicionar a gastronomia tradicional, e, principalmente, a inovadora, num outro patamar e numa outra dimensão».
Esta será a primeira vez em que Portugal apresenta a sua própria selecção de estrelas do Guia Michelin, separada de Espanha e com um evento próprio. O Guia existe há 100 anos e é considerado uma referência mundial, estando presente em quatro continentes e 40 países.
«Esta longevidade deve-se ao trabalho de uma equipa de inspectores de mais de 15 nacionalidades que, em média, almoçam e jantam em restaurantes mais de 300 vezes por ano, pagando todas as suas facturas» e tomando as suas decisões «de uma forma totalmente independente», frisou ainda Nuno Ferreira.
José Carlos Rolo, presidente da autarquia anfitriã, destacou também a importância do evento para o Algarve e para o concelho de Albufeira.
«Estamos a falar de um evento de uma marca altamente conceituada a nível mundial que vem dar reforço à época baixa no Algarve, que bem precisa de eventos de ponta nessa altura do ano», disse ao Sul Informação.
Quanto ao facto da escolha ter recaído sobre Albufeira, o edil reforça que a decisão foi do Guia Michelin e que o Município está pronto para receber a gala e apoiar no que for preciso.
Este ano, Portugal manteve todas as estrelas, acumulando um total de 31 restaurantes com uma estrela e sete com duas estrelas. Entraram ainda para o guia cinco novos restaurantes com uma estrela.
No Algarve, há oito restaurantes com estrela: Ocean (do chef Hans Neuner, na Vila Vita, em Alporchinhos, Lagoa) e Vila Joya (Dieter Koshina, Albufeira), ambos com duas estrelas, e ainda A Ver Tavira (Luis Brito, Tavira), Al Sud (Louis Anjos, Palmares, Lagos), Vistas (Rui Silvestre, Sesmarias, Vila Nova de Cacela, Vila Real de Santo António), Bon Bon (José Lopes, Carvoeiro, Lagoa), Gusto (Heinz Beck, no Conrad Algarve, em Almancil, Loulé) e ainda Vista (João Oliveira, no Hotel Bela Vista, na Praia da Rocha, Portimão), todos com uma estrela.
O guia de 2023 reúne assim um total de 1.401 restaurantes em Espanha, Portugal e Andorra, incluindo 13 com três estrelas, 41 com duas estrelas e 235 com uma estrela, além de 831 recomendados pela sua qualidade (135 novos, 15 em Portugal).
Créditos da Notícia: Sul Informação