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O que mudou na nossa forma de comer no confinamento? Mais legumes, fruta e lacticínios, diz estudo

"Houve um aumento do consumo de hortícolas, frutas frescas e lacticínios no grupo de pessoas com maior escolaridade e mais motivadas pela saúde", segundo um estudo da Universidade de Évora.

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Um estudo liderado por uma investigadora da Universidade de Évora mostrou um aumento do consumo de hortícolas, frutas frescas e lacticínios em pessoas com mais escolaridade e motivadas pela saúde, no primeiro confinamento da pandemia de Covid-19.


Em comunicado, a Universidade de Évora (UÉ) revelou esta Segunda-feira que o estudo teve cariz internacional e foi coordenado por Elsa Lamy, investigadora do Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED).


Os resultados deste trabalho, agora publicados na página de Internet de artigos científicos Science Direct, mostram “diferenças no comportamento” em termos de consumo alimentar no primeiro período de confinamento provocado pela pandemia de Covid-19.


“Houve um aumento do consumo de hortícolas, frutas frescas e lacticínios no grupo de pessoas com maior escolaridade e mais motivadas pela saúde”, indicou a academia alentejana, citando Elsa Lamy.


Por outro lado, foi registado “um aumento no consumo de alimentos doces, como bolos e bolachas, principalmente em países desenvolvidos e sobretudo no grupo de pessoas em que as motivações ligadas à busca de prazer e conforto nos alimentos é maior”.


A investigação baseou-se em 3.332 respostas recolhidas em 16 países, a maior parte, 72,8%, na Europa, seguindo-se 12,8% na África, 2,2% na América do Norte (EUA) e 12,2% na América do Sul.


O estudo envolveu outros investigadores da universidade alentejana, mais precisamente Maria Raquel Lucas, da Escola de Ciências Sociais, e Fernando Capela e Silva e Sofia Tavares, da Escola de Ciências da Saúde e Desenvolvimento Humano.


De acordo com a UÉ, os resultados “sugerem que as principais motivações percebidas para impulsionar a ingestão alimentar”, naquele período inicial de pandemia, “foram a familiaridade e o gosto, identificando-se dois ‘clusters’ diferentes, com base na frequência de consumo alimentar, classificados como ‘mais saudável’ e ‘não saudável'”.


Um dos aspectos que suscitou “maior interesse” por parte da investigadora foi a verificação da existência daqueles dois grupos de participantes.


“Um em que as mudanças foram no sentido de uma alimentação mais saudável e outro cuja mudança induzida pela situação de confinamento resultou numa pioria dos hábitos alimentares”, resumiu Elsa Lamy.


A investigadora considerou “interessante” verificar “que são os indivíduos com taxa de escolaridade mais elevada e cujo comportamento alimentar é motivado por fatcores relacionados com a saúde e ambiente que conseguiram esta mudança positiva”.


Pelo contrário, uma menor taxa de escolaridade ficou associada a “alterações no sentido de uma alimentação menos saudável em indivíduos cujas escolhas são principalmente motivadas pelo prazer e regulação afetiva”, acrescentou.


A formação, destacou Elsa Lamy, “é essencial na promoção de uma alimentação saudável“.


“A escolaridade, além de contribuir para esta formação, contribui também para maior segurança económica e menos ansiedade” e isso reflecte-se numa “menor necessidade de alimentos ‘de conforto’, como são os alimentos altamente palatáveis”, segundo a investigadora.


Contudo, segundo a UÉ, as alterações alimentares verificadas nas circunstâncias em análise “não devem ser generalizadas a toda a população, observando-se variações em sentido diferente, consoante os factores que motivam o consumo”.


“Pensa-se que este conhecimento possa ajudar a definir estratégias mais eficazes, na medida em que as mesmas possam ser ajustadas em função das características de cada indivíduo”, disse.


Créditos do Artigo: Observador


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