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Será mesmo seguro receber comida em casa durante a pandemia? | in "NiT"

As entregas e os serviços de take away prosperam, mas há quem duvide da segurança. A NiT ajuda a esclarecer todas as dúvidas.

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Restaurantes fechados, supermercados a conta-gotas e dúvidas. Muitas dúvidas. À medida que o isolamento vai condicionando a nossa vida, também o receio de contrair a doença Covid-19 começa a restringir as nossas escolhas.


Os serviços de take away e de entrega ao domicílio são a única saída para muitos restaurantes que enfrentam uma mais que provável crise sem precedentes. Mas quando lidamos com um vírus altamente contagioso, todo o cuidado é pouco.


Mesmo sem contacto direto com um infectado, a propagação pode fazer-se através de superfícies infectadas. Tudo isto para respondermos a uma pergunta: é ou não seguro encomendar refeições? Antes de chegarmos à resposta, há outras questões que têm que ser respondidas.


A Covid-19 transmite-se através da comida?

Segundo a CDC (Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças), “não há provas que sustentem a transmissão da Covid-19 através de alimentos” - “Não temos neste momento qualquer relato que sugira que a Covid-19 possa ser transmitida através da comida ou das suas embalagens”, revelou um inspector da USDA, a agência norte-americana responsável pela segurança na indústria alimentar, em declarações ao jornal americano “HuffPost”. A inexistência de relatos não é uma prova inequívoca, mas é ainda assim um bom indicador de que não existe perigo de transmissão.


Sendo o novo coronavírus uma doença respiratória, essa classificação pode servir de pista para outras conclusões. “Não existe qualquer indício de que os vírus respiratórios alguma vez tenham sido transmitidos através de alimentos”, esclarece ao “HuffPost” Benjamin Chapman, professor e especialista em segurança alimentar. É, portanto, muito pouco provável que possa ficar infectado.


Uma nota final da agência de segurança alimentar irlandesa: “A experiência com a SARS e a MERS [as outras duas doenças provocadas pela família dos coronavírus] diz-nos que não podemos ser infectados através da comida (…) Os coronavírus necessitam de um hóspede (animal ou humano) para crescer e, portanto, não podem crescer na comida. A confecção deverá matar o vírus, sabendo nós que basta um tratamento de 30 minutos a 60ºC para eliminar com eficácia a SARS.”


Então fazer encomendas take away ou nos serviços de entregas é perfeitamente seguro?

Depende, até porque esta resposta depende de mais variáveis, nomeadamente o cuidado e a segurança na preparação dos alimentos. “É improvável que alimentos cozinhados representem um perigo, excepto se forem contaminados após a confecção”, explica o epidemiologista Stephen Morse, em declarações à “The Atlantic”. “Se alguém espirrar para cima de uma salada, isso poderá representar um risco. Mas se os alimentos forem devidamente preparados, o risco será quase inexistente”.


Se a comida em si traz pouco ou nenhum risco de infecção, o mesmo não se pode dizer das embalagens. É sabido que a principal forma de propagação da Covid-19 são as pequenas gotículas projetadas pelos infectados em espirros ou tosse, embora se saiba também que o vírus pode permanecer nas superfícies em quantidade suficiente para provocar a transmissão — isto, claro, se o conduzirmos com as nossas mãos até aos nossos olhos, boca ou nariz. E é por isso que o mesmo cuidado que temos fora de casa, devemos ter no manuseamento de embalagens ou pacotes de encomendas.


Tudo isto dependerá, claro, dos cuidados a serem adoptados por quem prepara e embala a comida. A solução é simples: basta que sigam as recomendações habituais das normas de segurança alimentar, para que não haja qualquer risco.

Do lado do consumidor, os cuidados a ter são os mesmos que imperam desde o surgimento do novo coronavírus: lavar sempre bem as mãos depois de tocar em superfícies possivelmente contaminadas e, claro, lavá-las novamente antes de comer.


Pronto, já posso fazer a encomenda sem medo?

Está quase. Antes, deve saber que a recolha é o momento em que é preciso ter mais cuidado, isto porque quem faz as entregas tem um frequente contacto com diversos clientes e está, por isso, mais exposto à infecção — e esse pode ser um momento de risco. O conselho passa sempre por manter a distância de segurança.


Precisamente por isso, as empresas de entregas que alimentaram milhares de famílias chinesas durante o surto de Wuhan começaram a criar uma opção de entrega sem contacto, com a encomenda a ser deixada à porta para recolha do cliente. É precisamente essa opção que, por exemplo, a Uber Eats implementou a partir de 16 de Março, para evitar o contacto próximo entre clientes e estafetas. E por favor, não se esqueça de lavar as mãos.


Créditos da Notícia: NiT


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