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Algarve vai ter novas coleções de fruteiras tradicionais e toda a ajuda é preciosa

A DRAPAlg vai apostar em colecções de ameixeira, damasqueiro, marmeleiro e pereira.


Tem uma variedade antiga de ameixeira ou pereira, que já vem do tempo dos seus avós? E de damasqueiro? Ou marmeleiro? Se a resposta for sim, pode estar na posição de dar um importante contributo para as novas colecções de variedades tradicionais destas quatro espécies que a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve vai instalar em Tavira.

As novas colecções vão ser instaladas junto das outras fruteiras tradicionais que já existem no Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT), uma autêntica Arca de Noé de variedades algarvias de alfarrobeira, amendoeira, figueira, romãzeira, nespereira, macieira e citrinos.


«Queremos fazer um processo idêntico ao das outras fruteiras e fazer quatro colecções novas em Tavira», conta ao Sul Informação António Marreiros, engenheiro da DRAPAlg que, com outros técnicos desta entidade, dinamiza a iniciativa.


O projecto foi lançado no início deste ano e está na fase de recolha de informação e contactos de proprietários, para posterior recolha.


«Ainda não estamos no terreno porque só queremos fazê-lo quando pudermos começar a olhar para os materiais. Actualmente, as plantas estão todas em repouso vegetativo. Daqui a pouco tempo, vão começar a rebentar», explicou o técnico da DRAPAlg, que está desde o início ligado ao projecto das coleções de fruteiras tradicionais.


«Nós, ao contrário do que fizemos no outro projecto, queremos ir para o terreno, neste primeiro ano, só a partir da Primavera, quando pudermos começar a ver uma ameixa, um damasco, uma pêra. Porque assim identificamos mais material, que vamos referenciar para que, no próximo Inverno, o possamos colher e enxertar».


«Este ano, vamos localizar o material, saber onde está. No próximo Inverno, vamos recolher o material. Em principio, ou enraizamos diretamente ou enxertamos. Depois, plantamos em 2024 ou no início de 2025», reforça António Marreiros.


Para isso, a participação de quem tem variedades mais antigas de ameixeira, damasqueiro, marmeleiro e pereira é fundamental.


«Neste momento, o que queremos é que as pessoas que tenham esse material nos façam chegar a informação. Do género: eu tenho lá uma ameixa de uma variedade antiga, que já vem do tempo da minha avó», explica.


«Quem tiver fruteiras antigas, apenas tem de enviar um email para os endereços marreiro@drapalgarve.gov.pt ou luiscabrita@drapalgarve.gov.pt, com o seu contacto. Quando for a altura ideal, nós ligamos para a pessoa», acrescenta. Quem preferir, também pode contactar a DRAPAlg através do número 289 870 700.


A perspectiva de António Marreiros é que as pessoas colaborem, até porque a experiência do passado revela que as «pessoas, normalmente, cedem o material. Já quando fizemos a outra prospeção, há cerca de oito anos, toda a gente cedeu, todos se disponibilizaram a ceder as plantas».


«As pessoas gostam, porque sentem que vai ali alguém tomar conta do que está abandonado e que eles veem que está para se perder», acredita.


Na sequência da instalação das primeiras colecções de fruteiras em Tavira, «passados uns anos, nós levámos lá as pessoas que conseguimos encontrar, para lhes mostrar onde estavam as variedades que eles tinham cedido. Foi dos dias mais gratificantes que eu tive».


«Demos um pequeno certificado, a dizer que determinada pessoa tinha cedido tal variedade. Foi uma coisa fantástica, as pessoas ficaram encantadas. E quando me viam, perguntavam: e então com é que vai a minha variedade?», recorda.


Para já, numa fase em que ainda está a decorrer a divulgação do projecto, não houve muitos contributos, mas já surgiu o nome de «alguns materiais, nomeadamente de uma ameixas vermelhas pequenas que existem aqui, chamadas de Santa Rosa ou Santa Rosinha, bem como ameixa de S. João».


«O que esperamos encontrar mais é variedades de ameixas e de pêras porque damasqueiro é uma árvore que dura menos tempo e, provavelmente, não vamos encontrar muita coisa».


As novas colecções serão instaladas até Setembro de 2025 num talhão de cerca de um hectare, situado «junto das colecções de nespereiras, romãzeiras e macieiras. O financiamento vem do Plano de Recuperação e Resiliência, ao abrigo do projecto mais amplo do Polo de Inovação de Tavira».


Créditos da Notícia: Sul Informação


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