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Congresso dos Cozinheiros de 2020 terá como foco a saúde mental e acontece em Novembro | in "ETASTE"

O Congressos dos Cozinheiros terá lugar este ano no Taguspark, em Oeiras e será transmitido online de forma gratuita.

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Nos seus 15 anos, o Congresso dos Cozinheiros (CNC) propõe-se a discutir o tema da saúde mental no sector da restauração com um evento online e gratuito. Como habitualmente, haverá debates, conversas sobre o estado actual do sector e também apresentações e demonstrações de cozinha. Acontece de 10 a 12 de Novembro.


Horários de trabalho que excedem as 12h por dia, semanas sem folgas para descansar, pressões psicológicas, ambiente de trabalho pouco saudável e falta de tempo para a vida pessoal e familiar estão entre as causas que podem desestabilizar a saúde mental de um profissional de qualquer sector. Na cozinha, particularmente, é um tema que durante anos muito pouco se falou mas que sempre existiu. O Congresso dos Cozinheiros de 2020 oferece a abertura e o palco para se falar de saúde mental num ano particularmente difícil e em que estas questões de novo se levantam.


Nesse sentido, na apresentação oficial da iniciativa que decorreu no Centro de Congressos de Oeiras, Paulo Amado, diretor do Congresso, afirmou que a missão e o principal compromisso do evento é ajudar as pessoas do sector. Para tal, a organização delineou um programa focado nos temas da saúde mental (e outros mais gerais, como o actual estado da restauração portuguesa ou os novos projectos diferenciadores que surgiram com a pandemia) com conversas, debates e uma série documental, que terá a sua estreia no palco do CNC e apresentará caras conhecidas e desconhecidas, desde chefes de cozinha a distribuidores e produtores. Além disto, o responsável anunciou uma parceria com a Oficina de Psicologia que irá trabalhar no sentido de partilhar ferramentas e experiências para um bem-estar psicológico e oferecer um conjunto de consultas gratuitas de psicologia para profissionais da restauração.


Como forma de antecipar o que será falado nos dias 10, 11 e 12 de Novembro no Centro de Congressos do Taguspark, em Oeiras — que recentemente foi nomeada Capital Europeia da Cultura Gastronómica para 2021 —, foram levados a cabo três debates com vários convidados sobre o presente e o futuro da comunidade gastronómica, o impacto actual da pandemia e os desafios do trabalho na cozinha. Rui Sanches, director da Plateform, um dos maiores grupos de restauração do país (que detém desde o Vitaminas e o Wok to Walk a espaços como o Michelin Alma ou a Sala de Corte) classifica os últimos tempos vividos como um verdadeiro “tsunami“. O empresário conta que quando decidiu encerrar os seus restaurantes (perto de 150), a 16 de Março, a sua primeira preocupação foi “salvar as pessoas das equipas e todo o ecossistema de clientes e fornecedores”. Apesar de até à data ter encerrado apenas um espaço, o Pesca, em Lisboa, o responsável admitiu que é provável que nas próximas semanas venha a encerrar mais alguns. “Só os mais fortes sobreviverão”, acredita. Sanches fala ainda de “mais do que um desafio financeiro, estamos a viver um desafio humano”. Do ponto de vista da distribuição, Isabel Caeiro, da Makro, conta que os trabalhadores da empresa foram essenciais para ultrapassar as primeiras dificuldades sentidas pela marca de distribuição grossista. “Quando no início os portugueses começaram a recorrer às grandes superfícies para fazer compras, tudo o que era pessoal backoffice foi para a linha da frente de loja. A palavra de ordem desta pandemia são as pessoas, fizeram toda a diferença.”

Sobre o efeito desta crise para o futuro, João Rodrigues, chefe do Feitoria em Lisboa, não tem dúvidas que o mundo da restauração vai mudar com a pandemia e que os clientes vão passar a procurar espaços cada vez “menos formais” e com mais “proximidade na experiência”. Devido a uma imprevisibilidade do futuro, Henrique Sá Pessoa confessa que os planos para o seu restaurante Alma são “feitos semanalmente e adaptados à realidade”.


Já que se fala em adaptação, Carlos Coelho, da Portuguese Mask, é um exemplo de alguém que reinventou a sua empresa de consultoria Ivity numa empresa de máscaras sociais — as mesmas que este ano vão ser as máscaras oficiais do CNC. “A especialidade perdeu-se na pandemia. Mudei a missão da minha empresa, deixamos de ser especialistas. Fiz [a Portuguese Mask] com os mesmos trabalhadores”, remata.


De referir ainda que durante cinco dias, de 10 a 14 de Novembro, o Congresso vai apadrinhar uma rota de dez restaurantes no município de Oeiras, “como mostra e promoção da gastronomia local junto do grande público”, que serão convidados a criar um menu especial de comemoração dos 15 anos do CNC.


O Congresso dos Cozinheiros será transmitido online e de forma gratuita na plataforma Youtube. A presença no local estará limitada a 50 pessoas, de acordo com as regras da Direção Geral de Saúde. O conteúdo gravado será posteriormente editado e disponibilizado online. Do programa fazem parte mais de 50 nomes nacionais e internacionais, como Anthony Gonçalves, Bel Coelho, Bernardo Agrela, João Rodrigues, João Ferraz, José Júlio Vintém, Leonor Godinho, Matt Orlando, Nuno Mendes, Susana Nieto, Tiago Monteiro, entre outros. Mais informações no site oficial, aqui.


Créditos da Notícia: ETASTE


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