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Muitas histórias à volta da mesa nesta edição sobre a alimentação em Portugal

A importância do pão no Portugal medieval ou a mais antiga receita europeia são alguns dos muitos temas abordados nos 101 artigos compilados no volume “História global da alimentação portuguesa”, editado pela Temas & Debates.

Mais de 60 autores autores dão corpo ao livro “História global da alimentação portuguesa”, dirigido por José Eduardo Franco e coordenado por Isabel Drummond Braga, ambos historiadores. Organizado por temas – cada artigo aborda um assunto – o volume apresenta uma ordem mais ou menos cronológica, no sentido em que se começam por abordar tradições seculares, como o pão, até temas mais actuais, como o projecto Fruta Feia.


No capítulo de apresentação, explica-se em traços gerais quais os parâmetros de organização do livro: “A opção foi estudar as matérias desde a formação de Portugal até, tanto quanto possível, à actualidade”, escreve Isabel Braga. O tema da alimentação é abordado na “óptica cultural” e num conjunto “de temas, figuras e correntes unidos pela encruzilhada em que se desenvolveram e se projectaram”.


O arranque para esta história fragmentada faz-se com o pão e a sua importância na Idade Média em Portugal. Seguem-se artigos sobre o mel e a sua utilização ao longo de milhares de anos, o queijo, açúcar ou a receita europeia mais antiga que se conhece, o manjar-branco.


Cada artigo pode abranger várias épocas, como é o caso dos agora citados; depois há outros, que não tendo a ver propriamente com a história de um alimento específico, cruzam as áreas da sociologia, da antropologia ou da arte, como é o caso dos artigos “Por carne, vinho e pão deixo quantos manjares são: paremiologia e cozinha” (os provérbios populares sobre comida), “Dois copinhos de vinho branco? Cinema, comida e humor”, “Iscas com elas – Teatro fado e comida” ou “Gil Vicente, comida e metáforas”.


Parece que nada ficou por tratar neste conjunto de artigos de investigação – de leitura corrida, sem jargão académico: as conservas, o bacalhau, o sal, o azeite, o vinho, a cerveja, o fumo, as especiarias, o vegetarianismo, os mercados e até mesmo as refeições na história da aviação comercial, tudo é tratado com competência pelos 69 autores, dez deles estrangeiros.


A versatilidade de “História global da alimentação portuguesa” deixa que os leitores possam escolher ler um artigo sobre um assunto que lhe interesse particularmente ou deixar-se surpreender por artigos escolhidos ao acaso. Porque não faltam histórias para vários gostos e interesses.


Créditos do Artigo: Evasões


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