top of page

O Miguel é que sabe: a Ria (Formosa) está Fresh

O que começou por ser um projecto de investigação na Ria Formosa sobre a cultura sustentável de halófitas, plantas que necessitam de sal para o seu desenvolvimento, ganhou dimensão e transformou-se numa marca. É a RiaFresh, algarvia como a empresa que lhe deu origem, e cujo grande entusiasta é Miguel Salazar.

Fundador e CEO, conta que, ao longo dos trabalhos, a equipa da Agro-On se foi apaixonando pelo funcionamento destas plantas e, aquilo que era um livro de fitotecnia, tornou-se num manual para aperfeiçoar a qualidade gastronómica e nutricional destes vegetais marinhos.


Na sua opinião, uma marca forte é necessária para sustentar este modelo de negócio, mas a missão que está subjacente é a de “contribuir para melhorar e diversificar os hábitos alimentares para um padrão mais saudável, fomentar o desenvolvimento do aproveitamento dos vegetais marinhos como parte da inovação no sector hortícola e promover a prosperidade na região do Algarve”.


A marca pretende, assim, ser conhecida pela qualidade e pela exclusividade dos seus artigos. “Temos produtos completamente exclusivos dos quais não conhecemos outros produtores”, destaca.


O grande impulso para esta diferenciação foi, nas palavras de Miguel Salazar, um projecto que integrou, o XtremeGourmet. A iniciativa consistiu em juntar uma equipa de chefs de cozinha reconhecidos para que a marca conseguisse chegar à produção de vegetais marinhos “óptimos” a nível gastronómico, nutricional e agronómico.


É do parque natural da Ria Formosa e da costa algarvia que surgem estes vegetais que, actualmente, já contam com 12 referências no mercado. O intuito é investir para aumentar a capacidade de produção de vegetais marinhos frescos, principalmente de salicórnia, em 40%. Simultaneamente, pretendem trabalhar de modo a desenvolver produtos desidratados que possam ser usados como temperos.


Além da salicórnia, o best-seller da marca, a RiaFresh comercializa outros vegetais marinhos como valverde, rossio, sarcocórnia, sea fingers, inula, rúcula marinha, ficóide glacial, funcho do mar e salicórnia glauca.


O fundador acredita que irá existir um aumento da procura deste tipo de alimentos e que serão necessárias novas explorações, pelo que o objectivo passa por investir na produção e na comercialização de sementes de vegetais marinhos para fornecer a futuros produtores.


“Somos consultores em agronomia desde há mais de 20 anos e estamos em condições de transferir o nosso know-how na produção de vegetais marinhos a empresas interessadas”, afirma.


Actualmente, a RiaFresh está presente no retalho através da parceria com Vitacress na “Salada Formosa”, que contém salicórnia da marca. Além disso, os produtos podem ser encontrados em alguns estabelecimentos Auchan do Algarve, na categoria de “Produto Local”, em mercearias especializadas por todo o País e na Makro. Na óptica de Miguel Salazar, a introdução destes novos produtos é um processo que leva o seu tempo, uma vez que são “desconhecidos para o consumidor final”.

Apesar de serem vegetais marinhos, o processo de produção não difere muito do de qualquer outro produto agrícola. Ainda assim, tem aspectos “bastante particulares”. “Produzimos a nossa própria semente em habitat natural, que semeamos e cultivamos em estufa com sistema hidropónico com recirculação completa. As plantas são inundadas imitando o processo das marés. Quando atingem o ponto óptimo para seu consumo são colhidas à mão ou de forma mecânica segundo o target de produto requerido”, explica o CEO.


Depois disso, dá-se o processo de embalamento e de rotulagem e os vegetais são colocados em refrigeração. O passo seguinte é a venda do produto, que, a partir desse momento, tem a validade de aproximadamente 15 dias.


A sustentabilidade é também uma das preocupações e um dos pilares da marca. A produção está certificada em conformidade com a norma GlobalG.A.P. e GRASP, que garante não só a sustentabilidade ambiental, como a segurança alimentar, a segurança dos trabalhadores e as boas práticas sociais.


Na produção, o gerente diz que são cumpridos todos os requisitos para ser um produto de certificação biológica, excepto o facto de não serem cultivados directamente no solo. “Minimizamos o uso de produtos químicos, usamos organismos auxiliares para controlo de pragas, substratos procedentes de fontes sustentáveis, somos extremamente eficientes no uso da água. A sustentabilidade é um dos principais valores que nos guia”, conta.


O fundador da RiaFresh assume que o marketing e a comunicação são dois dos pontos a melhorar na marca e explica que, nesta fase, as visitas de profissionais que recebem na exploração são a melhor ferramenta para a dar a conhecer. “Ver as reacções das pessoas quando conhecem de primeira mão o nosso negócio é muito satisfatório”, afirma.


Além disso, está presente nas redes sociais, principalmente no Instagram, e conta com um site com informação sobre a marca.


Mas a RiaFresh tem vontade de crescer e as ambições são altas. A marca chega ao território nacional, mas também a vários países da União Europeia como Espanha, França, Itália, Holanda, Bélgica e Alemanha. Todavia, está em curso uma expansão de mercado para os Estados Unidos da América e para o Próximo Oriente.


Créditos da Notícia: Briefing


bottom of page